Com Amor Eterno eu te amei. Jeremias 31:3

Minhas Poesias

Passatempos

Na sombra que agora vaga
No vento que agora venta
No tempo que com o tempo passa…


Na sombra que ora vaga,
Vultos humanos mal definidos
Homens caricatos, olhares medonhos
De sonhos vãos e esperanças doentias
Suplicam ao acaso que os defina um pouco.

No vento que agora venta
trazendo gritos de multidões apavoradas,
desesperadas em meio a tormenta.
Seres que sofrem, que clamam
e as almas por dentro se derramam
O tempo que com o tempo passa
levando as sombras,
os ventos e os tempos
Trazendo outra luz,
outra vida
Transformando sombras em claridades,
os ventos em brisa
e o tempo em cura para as almas.
Verdadeiros passatempos!
Danijany de Souza 25/12/1990


Definição

Num mundo que oprime
Em homens que não se definem
Numa paz de palavras e cartazes.

Num mundo que oprime
girando descompassado,
encurralando, prendendo
seres que por si próprios estão morrendo.

Em homens que não se definem
Ora são, ora se perdem
Como fumaça que o vento dispersa
como nuvens levadas pelo vento!
Sábios em suas loucuras
Loucos em sua sabedoria.

Numa paz de palavras e cartazes
E uma bandeira branca
pairando no ar,
salpicada por sangue inocente…

O mundo fala em otimismo
E seus  seguidores?
São pessimistas natos,
pois o homem pensa na paz
e declara  guerra!
São incríveis, notáveis!

Eu porém digo:
A vida tem limite
e a sua fronteira é a eternidade!!!

Danijany de Souza 03/03/91


À sombra da verdade

Um esplendor nas sombras
refletindo uma luz.
É mágica esta claridade
é a essência da mais pura verdade,
da sinceridade que hoje me induz.

Nas sombras da falsidade
que agora posso ver
sufocando, ofuscando
a sua luz,
pois o próprio ser a reduz
a uma quantidade tão insignificante,
Que a torna um ponto no tempo, no espaço.

Não é variável
e sim constante
Difícil de dizer
terrível de ouvir
Uma voz que fala à consciência
Deixa um eco delirante
que repete horas  a fio, vezes incessantes,
até que uma mentira o sufoca.

Agora sim,
a realidade da humanidade:
Gritos falsos,
gestos descrentes,
palavras sem crédito.
Ditas ao vento e…
aceitas
pois, são mais fáceis de serem executadas,
são mais amenas,
causam menos transtorno a princípio.

A verdade,
quando aparece…
É mera coincidência!
Vivemos apenas à sua sombra!

Danijany de Souza 03/03/91


A miséria humana

Estou vendo um vulto
estranho, mal cheiroso
vulgar, a muitos olhos.

Caminha lentamente
como se o tempo não  o preocupasse…
Não há motivo para pressa
Pois, a vida é apenas um impasse.

Para, demonstrando gestos desesperados
como se ouvisse vozes, gritos.
Gritos que lhe cobram,
Vozes que lhe reclamam.

Parece ouvir as vozes de suas crianças
Que agora se tornam impassíveis.
“Papai tenho fome”
A consciência dói
A frase torna-se uma tortura
A vida o quer golpear.

Ele vaga,
Vaga como um bêbado
Embriagado na sua desgraça
Cambaleante na sua miséria
Nocauteado pela sua dor…

O vulto se aproxima
Ouço seus passos,
Agora posso vê-lo melhor
é a caricatura da humanidade,
é um projeto  antes  perfeito,
mas os sábios o quiseram refazer
e perderam algumas peças.

Ele não fala,
não reclama,
não pede,
nem chama,
mas dentro dele
uma alma inflama
uma voz ressoa
Um grito explode,
não por dias melhores,
e sim por seu único direito:
A morte!

Ele se foi
Pessoas agora estão a seu lado
lágrimas falsas são derramadas
por falsas gentes amontoadas
que tentam mesmo falsamente
mostrar algum sentimento.

Sai o féretro
turbas o acompanham
pra ele talvez a paz,
Logo as pessoas o esquecem
e a vida continua
canções a exaltam
poemas a retratam.

Mas, na realidade…
Estou vendo outro vulto!
estranho, mal cheiroso,
vulgar a muitos olhos.

Danijany de Souza 03/03/91